O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, exonerou o diretor de Proteção Ambiental do Ibama. A demissão ocorre em meio a uma megaoperação em terras indígenas para barrar o garimpo e a chegada do novo coronavírus.
A operação ocorre desde o dia 4. Os fiscais do Ibama já apreenderam dezenas de armas e destruíram mais de 70 tratores e outros equipamentos. Assim, paralisaram todas as operações de garimpo e exploração ilegal de madeira em três terras indígenas no Pará e tentam proteger cerca de 1.700 indígenas do novo coronavírus.
No último domingo (12), o Fantástico exibiu uma reportagem sobre a operação. A notícia irritou ainda mais setores do governo, que acharam que o diretor de Proteção Ambiental, Olivaldi Azevedo, não teve força suficiente para frear a atuação dos fiscais contra garimpeiros e madeireiros. E, por isso, foi demitido.
Já o Ministério do Meio Ambiente afirmou que a demissão tem o objetivo de reorganizar a área. O governo diz que pretende fazer operações de forma mais integrada com as Forças Armadas, a Polícia Federal e as polícias militares dos estados. Mas servidores da pasta temem que este seja o começo de mais uma tentativa de enfraquecer a fiscalização.
Em fevereiro, uma outra operação do Ibama na terra indígena Ituna Itata, também no Pará, já tinha desagradado parte do governo por causa da destruição de equipamentos de garimpeiros. O garimpo em terra indígena conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro.
Desde o início da pandemia, em março, os alertas de desmatamento subiram quase 30% na Amazônia em comparação com o mesmo período de 2019. O coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo, afirma que o Ibama está enfraquecido.
“Toda vez que o órgão se organiza, ele está prestes a conseguir cumprir, a duras penas, o seu papel. Vale lembrar que o Ibama está sob cortes severos de orçamento, sob muita pressão no seu trabalho. Quando ele consegue cumprir a sua missão, mesmo nessas situações dramáticas, como a gente está vivendo hoje-, você fazer uma mudança no órgão é claramente um processo de desestruturação. Não faz sentido fazer isso no meio do momento em que se está fazendo as operações”, destaca.
Fonte: G1
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